O Protestantismo representa uma realidade assaz complexa, ou seja, um número considerável de cristãos que não pertencem nem à Igreja Católica, cujo Pastor visível reside em Roma como sucessor do Apóstolo Pedro, nem às comunidades cristãs orientais (ortodoxa, nestoriana e monofisita), comunidades que se separam do tronco primordial em etapas sucessivas desde o século V até o século XI.
O iniciador do movimento protestante é Martinho Lutero, que, a partir de 1517, quis reformar o Credo e as instituições cristãs, e por isso se afastou da Igreja, dando início ao Luteranismo. Ao lado deste enumeram-se oCalvinismo e o Anglicanismo, todas iniciadas no século XVI, podendo ser chamadas “Igrejas protestantes tradicionais”.
Destes três grandes troncos do Protestantismo derivam-se centenas de sociedades menores, que por vezes já não recebem mais o nome de Igrejas, mas o de seitas, visto serem movidas por espírito diverso do das Igrejas; são reformas da reforma, dissidências da dissidência.
Desses múltiplos grupos protestantes autônomos, podem-se enunciar três grandes teses como características dos diversos tipos de Protestantismo: 1) a justificação pela fé sem as obras; 2) a Bíblia como única fonte de fé, interpretada segundo o “livre exame”; 3) a negação de intermediários entre Deus e o crente.
Expostas sumariamente as três características da teologia protestante, Dom Estêvão propõe uma análise do seu significado, ora recorrendo à Sagrada Escritura, ora à Tradição oral cristã ou a dados históricos.